um inesperado encontro à porta do elevador.
a voz conhecida,
os olhos de sempre,
o corpo em forma,
a indiferença reforçada,
o vago constrangimento,
a raiva desdobrada em mágoa,
a sede de vingança.
as palavras claras
e a resposta trôpega.
a novidade:
o pássaro tatuado no braço
pelo lado de dentro,
tributo aos antepassados,
qual dívida de sangue,
em contraciclo com os factos,
uma vida alheia à vocação famíliar.
o resultado:
a nostalgia de volta,
uma espécie de culpa,
a confusão, a dúvida,
a angústia colada à pele
como suor que nenhuma água lava.
à noite,
torno a dar banho às lágrimas,
arrefeço gota a gota e
lentamente
volto a endurecer.
está reaberta a época balnear.