em certos momentos perfeitos (sem palavras
mas não mudos, e irrecuperáveis senão à memória)
foste a minha espera
e a minha chegada
até que (por próprio engenho,
a cabrestante) se içou a sólida âncora ilusória
de osso e fé
e me naveguei para fora do teu calor
ao mar, ao mar (imenso mar
turbulento) me entreguei então
e a praia desapareceu no horizonte cor de longe
tenho agora um pássaro de asas presas à cabeça
e um rochedo solitário
no lugar do coração
possa o pássaro voar
e ver-te sorrir (por arte de um sorriso
qualquer no mundo) para que eu volte
a ver a praia
e torne a estender o rochedo (como massa
para pastéis) sem molde para além do teu corpo
mas vivo outra vez
terça-feira, 12 de maio de 2009
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