aliso os poemas que me falharam.
do balde assomam-me em sangue seco,
o meu fracasso evidenciando.
e engomo-os para melhor meditar na minha frustração.
mesmo a olho nu sou um osso em fuga
vigorosamente desarticulado e às próprias
cartilagens avesso e letal,
sem lugar no outro nem destino no mundo,
até ao tutano.
mas em espinhoso almofariz
misturo-me com rosas e chamo-me vida,
aroma de envolver abraços e odes de amor ornar,
na fé permanecendo.
e levo-me para fora de casa sem uma hesitação,
esperando que o perfume do teu desejo não me siga
escada abaixo.
quem me quiser há-de ficar lá dentro, a ver-me
no balde insone, dobrada, por engomar.
um osso sempre de partida
que na tua ausência se faz ler.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
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