é o tempo das raparigas grisalhas
os ténis de velcro as madeixas
as unhas curtas o amor secreto
a agenda com mais horas que o relógio sem préstimo
o cheiro peculiar
e eu visto-te de lilases e espalho pétalas ao redor da tua imagem.
nesta inocência manchada
cobiço as tuas bonecas e o rosto impossivelmente belo
da florista que não vê os mortos
como eu quando me colo à fantasia
(tudo o que é humano tem limites?
o teu desejo contém dois vocábulos de açúcar
um se faz favor como morangos atirados ao lume
bolsos a transbordar de sonhos
nem um passo sem chão.
eu pago, dizes.
é o tempo das raparigas grisalhas
e a tua boca é uma acendalha nos meus dedos
pranteando em língua estrangeira
ao luar só peço que não morras enquanto vou
à mercearia da atalaia comprar rebuçados.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
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