sempre que o céu se enfurece, o lento edifício do nosso amor entorta-se como plasticina. o meu coração contorce-se na sua pequena caixa almofadada e o teu encolhe-se até se perder na escuridão molhada do teu interior.
mas há janelas teimosas que se abrem para a luz e se fecham à ira. janelas como cristais flamejantes que nos agarram pelos colarinhos, nos viram para dentro e nos desviam da tentação de saltar.
a paisagem lá fora é de cinza, dizes.
e eu digo: a cor está na tuas mãos.
então pintamos de novo as paredes e revestimos a cama de lume brando. consertamos os degraus do sótão e bebemos a água turva do tecto nublado.
e plantamos os pés nos vasos. e acendemos velas no sangue. e podamos os ramos da cabeça.
e acariciamos a fé para que não nos falhe, agasalhada em palavras de pele e soluços de sol e gestos de paz límpida e silêncio sábio.
até beijarmos as faces leitosas da lua e adormecermos de braços e sonhos entrelaçados.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
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2 comentários:
Ai as minhas afilhadas mai lindas!
Afilhada babe, está assim muito muito bonito, e até não está muito lamechas :P
:) Cuidem bem do edificio do vosso amor.
beijos
P.S. A ideia de acariciar a fé está gira está lol
Vim deixar-lhe um desafio...
Abraço
Placi
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