naquele tempo deixava-me ficar nas horas tristes. guardava sorrisos de ternura na algibeira, nas veias inércia, pássaros melancólicos amarrados ao pensamento. asas atadas, vida nenhuma. só a minha carne a amadurecer no veludo do sofá e as manhãs a chegar tarde demais.
depois encontrei-te.
havia um desejo palpável sentado à mesma mesa, presença real como um amigo, na cadeira do medo ao nosso lado.
tu eras o prodigioso fruto, a frescura feita luz a despenhar diamantes.
breves no mundo somos, disseste,
breves como punhais.
e de repente falámos de amor.
tudo começa como começa a chover e nós começámo-nos nesse instante. e eu disse:
o amor é um labirinto de renda,
sempre com enigmas por percorrer.
e tu disseste: o amor é a resposta.
mas, como eu, sabias.
domingo, 1 de novembro de 2009
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1 comentário:
Apetece dizer:
Nas horas tristes,
passadas na cadeira do medo...
o Amor é a resposta!
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