do amor que me tens, faz colares e cabeleiras.
deixa a angústia trancada no quarto
e vai dançar.
bem sei que é como a gordura,
vem sempre à tona por mais que não queiras,
mas estes são, concordarás, os dias certos
para esquecer.
quem não sabe não verá
o longe que estás de ti
e o quanto te fere a desastrosa passagem das horas
nessa solidão necessária
que o rilke te ensinou e desde a morte de kane
segues como verdade.
é tua a escolha, agora.
não abrir os baús
a cheirar a mofo
a velho,
pó que acumulas sob a pele.
e arejar as plumas.
junco de haste quebrada,
disfarça o sangue
arranha as janelas
brinca aos foliões.
destroço de sinfonia indignada,
mistura-te no ritmo eléctrico
e brinda ao porvir.
quarta-feira cai o pano
e reacendes o teu reflexo no espelho,
feliz mais ou menos
de passado a iludir de raspão
essa noite sem fim.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
E no país do carnaval já é quarta-feira de cinzas.
É difícil deixar-te uma mensagem sem ficar contaminada pelo seu lirismo. Seus poemas invadiram minha noite com o que procurava: histórias de amor, desejo, partidas, flores e mulheres essenciais.
Abraços tropicais de uma brasileira "ruim da cabeça e doente do pé" que segue noite adentro preferindo poesia ao samba enredo.
Daniella
Que bom que gostou, Daniella, minha casa é sua.
Enviar um comentário