não invejo esses olhos devolutos
(fantasmas à espreita
como os dos palácios italianos
onde mortos deslizam nas paredes
a alimentar fendas de névoa e osgas
nem desejo esse majestoso tronco
(de peito inchado a suster a respiração
como os das estátuas gregas
e os das árvores que não merecem
como nós, o fim do mundo.
nos dedos
cinco direitos, outros esquerdos,
só guardo a infância
(de luvas e camisolões
no recreio arenoso,
teimoso de risos claros e sem relógio,
a correr contra a campainha.
assim me refaço
(ao abrigo do passado
para resolver o grande enigma.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
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