sexta-feira, 24 de abril de 2009

Onde vou

onde vou ganho raízes
que mesmo sem rega
e em solo que estéril se alardeia
continuam a crescer para o âmago da terra,
enquanto os atrofiados ramos se recolhem
e as folhas em caracol se acastanham
e o tronco seco encolhe sem se vergar.

onde vou ganho raízes.
que o silêncio não mata. só adoça.
e a saudade não corrói. apenas aperta.

esta definhada árvore em permanência
jamais poderá abraçar o sol.
mas reflectirá sempre o seu calor,
alimento de vida. o único essencial.

onde vou ganho raízes
e engulo na noite as luzes que tremem,
as luzes na baixa, as luzes no tejo, as luzes na estrada.
tão rápidas como estilhaços.

2 comentários:

joana disse...

:)

Lara disse...

As luzes que não estão tão brilhantes como antes??
A escuridão corrói a lucidez...