parto para encontrar o medo.
talvez sem amor possa conhecer o seu sabor
e inventar a coragem
neste mundo sujo,
que nem respirar merecia
e no entanto é.
parto enquanto me lembro
desse tempo onde
me deitava para olhar as estrelas
e ainda me espantava se
pelos baldios
tropeçasse em deus.
não levo verdades na língua,
só perguntas
(reclusas nas suas sábias sensações,
tão sábias como a pele.
nem céu que ver
(sem acreditar, não há brilho que brilhe,
ou surpresa possível.
os dias sucedem-se,
transfiguram o passado,
abrem buracos no tempo.
e os meus olhos jorram alegria falsa.
hoje nem morrer vale a pena.
por isso parto no poema.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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1 comentário:
Às vezes parecemos marionetas nas mãos do tempo... É como se entre as palavras e o sentir, fosse possível enganar o tempo a deixar-nos ser...
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