os girassóis impressionistas ainda me impressionam
e a abstracção expressionista engole-me o fôlego,
mas nem o bach do gould me convence
que há virtude nas variações.
portanto não estranho
que oiça os teus passos quando por acidente me encontro
com o andar dengoso de um gato.
ou que o teu precário sorriso se sobreponha
ao ritmo nervoso dos pardais
que vejo voar ao fim da tarde.
no resto do tempo canto a alegria
enquanto redijo enigmas como quem faz listas de compras:
luzes douradas em alvas páginas,
ignóbeis sacrifícios sem justificação.
e as soluções sempre à espreita.
é o meu tempo, todo meu.
sem lugar para prantos diluvais ou remorsos,
nem rumo para além dos brindes bêbados
que a mim mesma entrego.
no final pergunto-me se algum dia aprenderás
a mentir na minha presença e me entenderás a constância.
antes que este pão que amassaste sirva de pedra a novo templo.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
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