sem apetência para o êxito
que à preguiça sempre escapou,
o teu amor (imprestável para poema
via-se ao espelho, indiferente à cor,
nas montras das sapatarias.
prosaica (como a passagem das horas
andavas descalça.
e dizias,
sou despida quase feliz
nas pedras, nas nuvens, nas almofadas.
só de cordas (sobre os ombros
para me atar
a ouvir o riso
das manhãs (sem roupa
arrepiada de medo
e com pássaros à cabeça,
deixavas-me estar
na sombra.
à noite eu tinha tempo
e colhia morangos do teu corpo
(nem sempre biológicos
no resto
desejava que te vestisses,
calçasses
e finalmente descesses à cidade.
mas isso era se
as montras tivessem a cor
(a forma dos olhos
das manhãs.
terça-feira, 8 de maio de 2012
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