sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Uma cortante melancolia

entorna o mundo nas minhas veias
uma cortante melancolia
que tudo toma
e torna orações em gritos,
sufocando-me o riso à nascença, abaixo da garganta,
até me alcançar o coração,
sinfonia movida a címbalos e tambores de carne e sangue.

colhendo dela as minhas eternas ambições
(transformar os meus beijos no pão que te alimenta,
os meus braços no teu vestido,
os meus pés no teu caminho,
a minha pele nos teus sentidos,
lembro-me então que a felicidade tem um nome
(é o teu
e consigo, a custo, devolvê-la ao mundo,
escondida no perfume da vida
que ponho a dançar nos meus versos.

não tenho porém sabedoria que chegue
para me afundar no teu corpo quando não me espera
e fazer do teu sono fechado,
onde nenhuma melancolia do mundo cabe,
o meu abrigo.

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