quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O bar da pele

sou a bruma onde te perdes, o caminho por onde segues, a pulsação exacta dos teus exactos batimentos cardíacos, que em beijos se descompassam e em intermináveis órbitas me rodeiam como abraços.
sento-me ao balcão do bar da pele e peço-te a embriaguez de água e sal dos desejos que invadem a tua noite dormente.
e tu entornas rios de perfumes ébrios no meu copo e levas-me cânticos aos lábios, tornando-me uma melodia de prazer embrulhada no cosmos.
então sinto o teu olhar, copioso de sentidos como as folhas das árvores na aurora orvalhada, a entrar nos meus poros. e o teu sorriso lascivo a abrir-se como pétalas de girassol ao toque dos meus dedos solares.
e viras-me do avesso. e trocas-me os passos. e avolumas-te sob o meu peso. e entranhas-te nas minhas veias. e ondulas como bandeira ao vento no fôlego do meu corpo.
e és o amor em estado de tremor. a crescer, a crescer e a crescer, em direcção ao céu. e a perturbar o silêncio do universo.
eu acordo.
enquanto durmo estou desperta. no bar da pele que só nós conhecemos. onde entrámos pela porta dos sonhos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Brindemos, então, neste bar de pele aberto e que o seu som congele o aceno permanente de Agosto.Em pausa lenta e continuamente se dissolverá na chuva do Outubro vindouro.

Lilith disse...

Alucinante, o bar da pele.