quando recebo dos teus olhos o silêncio, esvazia-se a lua chorando, a justificar-te a estratégia, cúmplice fogosa do tédio que te veste de azul.
e vejo que nos teus pensamentos esvoaça a saudade do pecado, aquele febril entusiasmo de se dar ao erro e errar nos campos da sorte em vertiginosa dança.
toda sensação, tão do mundo como os peixes e as árvores.
só o prazer ébrio me derrete a neve do coração, dizes.
nenhum inverno dura sempre, digo eu.
e tu abres a voz dos teus olhos por um instante, num truque infantil que sabes que me seduz.
depois fechas-te de novo e avanças para as casas de rir e comer nuvens e agarrar chuva.
nesse jogo sei que não posso defrontar-te.
então retiro-me de cinza, para longe do teu chão.
e escrevo em espiral, como quem se deita para morrer.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
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4 comentários:
Obrigada pela sua passagem no nosso blogue.
Não nos deitando para morrer,nem acreditando que a vida seja sempre virtual,a cor, sim, é azul como a sua, cheirando a paz, razão, paixão e beleza.
Um abraço das tríades.
Escreves divinamente!
E sim, a vida é virtual. "Só os sonhos são verdadeiros."
Beijo
Tomei a liberdade de linkar o blog. Se por acaso não for do teu agrado, diz.
Caro Spectrum, obrigada pela visita e sobretudo pelo elogio.
Fizeste lindamente em me linkares, já que aprecias a minha escrita.
Afinal, é porque gosto que me leiam que aqui estou...
Beijo para ti também. E volta sempre.
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