da vaga lembrança ao reconhecimento absoluto
te vejo clara na dócil vaga de pássaros
que esta manhã me desperta.
em fino veludo há horas te enlaçaste
e eu aceitei o que o tempo quis,
tornei a ser-te espelho sem boca e deitei pó dourado dos olhos:
querosene oriental.
não sei porque te repetes na dureza.
se é por gostares da fibra que nos teus membros serpenteia
de cada vez que só dois passos nos separam
se te habituaste à arte da fuga
temes o desejo
ou preferes imaginar que me tens,
mas sei que o teu silêncio tem gritos de rematado tédio
que ao teu ouvido sopram juventude
enquanto te envelheces.
percorro os teus passos em rotina
sem sair da cama
inclino-me perante a tua peremptória existência.
e levanto-me porque umas noites te vejo.
a face do amor que te tenho é esse rosto que sei de cor.
atrás dele escrevo o que eu quiser.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
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