fremente vai
este dia de primavera
com as suas saias vaporosas,
um só tom de verde a colorir a erva,
a azálea de braços estendidos
e a cerejeira em flor
(que te convida a entrar
como aquela no pátio da modesta casa normanda
habituada ao amor feliz.
levanto as pálpebras para a lua redonda
a despenhar-se dos telhados
sobre as ruas onde se riem
crianças velhos tolos
e passo a mão pela vista.
troco-a por pensamentos
enquanto outra vida se vai urdindo
na minha pele à tua espera
(como penélope a tecer a sós o perdão
que a hora incerta te entregarei.
temo entretanto falar alto
e acordar a tua longa ausência
mas ainda digo
baixinho, prefiro os animais
sem passado às árvores
(eternas como deuses sem estação.
e abraço os teus olhos que em água
dizem, toma-me
como as estrelas perfuram a noite
(enfim.
terça-feira, 20 de março de 2012
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