estes meus versos
tão normais
não são capazes de abraçar.
os meus braços sim.
contudo nem uns nem outros
te chegam.
são fracos, quase mudos
mal se sentem.
como as feministas
noutro tempo
foram praticamente silenciados
pelas dores diárias
e pelos apertos da culpa,
mesmo sendo
tão normais.
porque o normal,
numa mulher,
é ser branda, calma, comedida,
dentro das estribeiras,
não fazer barulho.
olha os vizinhos,
murmuram estes meus versos
tão normais
como um abraço ausente.
eu consigo ouvi-los
tu não.
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