dou-te o braço como quem caminha na avenida
orgulhosa do teu penteado
tu torces-me os cabelos e endireitas-me os tapetes
no vagar do costume
garbosas moças
que por nós passam
são como pássaros a farejar a primavera
rapazes trémulos
que só nelas reparam
são como petiscos a enfeitar a travessa
e eu vou-me aos teus lábios e arranco-te um beijo.
pudesse a noite levar-nos à luz
e os nossos espelhos repartidos
seriam sagazes de tanto nos verem.
mas
um ano sem amor não dá frutos.
apenas flores de sal no deserto,
desejos mal desenhados de azul
e rancor a nadar na cerveja.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
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