segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Estou a um dia

na tua presença quero que o dia não acabe
e se é assim pressinto 
que em breve cantarás no meu poema.

para já falas e, enquanto ouço, 
há uma borracha branca 
sobre a noite
que me apaga a chuva da memória 
e empurra das minhas palavras, 
para longe da folha,
para longe de casa,
a musa de outrora.

na tua ausência quero que brilhes ainda
e se é assim pressinto 
que em breve verei um arco-íris nos teus olhos.

para já só me atrevo a prender-te 
num verso simples 
à procura de continuação, 
com o casaco vestido
e a boca fechada,
mas estou a um dia 
de te roubar as reticências e te pôr a rimar.

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