sexta-feira, 25 de maio de 2007

A luz

quando a luz se apagou, ficou um aviso a pulsar na tua pele, encapsulado nos poros vibrantes das tuas costas arqueadas. um pingo de energia voluteava entre um poro e outro, majestoso na cadência dançante dos seus saltos, o teu corpo tornado soalho de salão de baile, espalhado num grito flutuante e meu.
era quase possível beber o teu ritmo, estugar-lhe o passo líquido para prendê-lo na língua.
disseste: cuidado, as minhas cores viajam no escuro.
e eu disse: fecha-te.
tu abriste os olhos para a noite, recolheste os tambores e começaste a arder. eu puxei-te para o colo e enfiei-te no dedo, anel de música orgulhoso num repente imóvel.
e o dia nasceu no quarto.

2 comentários:

Laura Ferreira disse...

gostei. voltarei.

Berta Cem Mil disse...

bem-vinda, a porta está aberta. faça o favor de entrar neste recanto dos meus pensamentos sempre que lhe apeteça.